segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Hoje estou meio Asus4, F#m7, Dsus4, E

Não encontrei combinação que melhor retratasse o que estou sentindo agora. Tem dias que acordo com inspiração pra compor uma música, mas raríssimas são as vezes que as palavras vão para um papel tomando uma forma final que me agrade. Minha inspiração dura sempre pouco, e geralmente escrevo qualquer coisa pra terminar logo a música. Por isso nunca escrevi uma música que me agradasse totalmente - se isso acontecer algum dia, podem ter certeza que vão ouvir nas rádios, modéstia à parte.
Mas hoje não se trata de escrever a letra. Fiquei por muitos minutos tocando incessantemente a sequência Asus4, F#m7, Dsus4, E. O tempo todo, mudando de vez em quando o ritmo do grave tentando surpreender o único ouvinte do recinto.
Não faço mesmo a menor idéia de quanto tempo fiquei tocando essa sequência. Sem idéia de refrão, de bridge, de nada. Simplesmente tocando e fazendo a trilha sonora desses desconhecidos alguns minutos. Várias idéias vieram sobre estrofes, ritmos, melodias. Mas dessa vez, preferi ficar apenas tocando, enquanto pensava sobre diversas coisas.
Quando parei de tocar, fiquei ainda mais convencido do potencial das idéias que tive durante a música sem letra. Mas pela primeira vez senti que a ausência da letra fez com que somente a sequência de acordes já falasse pelo momento. E dessa vez não foi preguiça que me impediu de compor alguma coisa. Foi talvez um respeito àquela sequência simples de quatro acordes, que me permitiu pensar tranquilamente sobre tanta coisa por mais de dez minutos.
Se algum outro momento aparecer e pedir a mesma sequência, mas agora acompanhada de uma melodia, vai na hora pro papel. Porque me impressionei com o seu poder. Muitos podem talvez não entender o que há de tão forte nesses quatro acordes combinados tocados por uns cinco minutos - é por isso que existe a letra. Mas a verdade é, que nesse caso, a letra só vai maquiar a influência do som da música sobre aquela pessoa que tem tantas coisas a pensar. Nesse caso, a pessoa não vai prestar atenção na letra. Nesse caso, ela mesma escreve sua própria letra, que irá derivar de suas mais profundas reflexões sobre o que acontece na sua vida. Por reles dois minutos.
Qualquer dia vou escrever tudo isso em forma de música. Mas espero que ao ouvir, as pessoas estejam desatentas o suficiente pra poder pensar no que quiserem durante a música toda e no final, como dica de seu subconsciente pensar:

- Impressão minha ou a música falava sobre minha vida?

E isso tudo em poucos segundos.

Um comentário:

  1. vc mora no primeiro andar né? dai nao morre ao se jogar, pq eh questao de tempo, marrinha! hauhauah q depressao é essa ?? hahahaha

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